Prataria "crioula" argentina
Para a biblioteca do Misantropo
Para o "mulled wine" do Je Maintiendrai "Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal!" - F. Pessoa
Para a biblioteca do Misantropo
Para o "mulled wine" do Je Maintiendrai
Para uma Europa que corre a suicidar-se - e com o Portugal "bom aluno" a querer estar na vanguarda - recomenda-se uma vista d'olhos no capítulo "Imigração", do programa desta agrupação "maldita" pela partidocracia antinacional francesa, o Front National de Le Pen. Para o texto completo do manifesto, ver aqui.
Julguei que um milagre da Providência permitiria que o casebre de Salazar em Santa Comba pudesse ser transformado num museu. Anunciada a boa nova, louvei a iniciativa e comecei a juntar os meus pobres pesos desvalorizados para ver se conseguia enviar uma contribuição minimamente razoável em pujantes euros. Pensei até em legar ao dito museu a minha modesta - mas lindamente encadernada - salazariana, além de outros ítens de memorabilia que fui juntando ao longo do tempo. Agora descubro que a casa-museu, caso vá adiante, incluirá "um espaço dedicado à luta antifascista sobre pessoas que foram perseguidas, presas e torturadas pelo antigo regime." Mas que palhaçada é essa? E a família de Salazar? A doar o terreno e a casa, a disponibilizar documentos e objectos - aceita que se injurie a memória do estadista? Muito estranho... Será que um museu do camarada Barreirinhas contaria com uma ala dedicada à luta anticomunista? Ou alguma referenciazinha aos mais de cem milhões de mortos às mãos da ideologia e do regime que o Alvinho tão empenhadamente serviu? Será que na milionária e luxuosa fundação do milionário e luxuoso pluridoutor honorário e descolonizador exemplar, haverá algum espaço dedicado aos milhões de mortos e outros tantos flagelados resultantes da sua exemplaríssima acção ultramarina? Quase a imitar o Gulbenkian, vou mais é seguir o Antenor Patiño: para "este" Portugal não irá um nadinha meu. Quando é que essa cáfila nos vai deixar em paz?
Diziam as mentes muito sofisticadas que Portugal, para ser moderno, teria que desvencilhar-se do Trono e do Altar - e assim foi feito. Diziam os bem-pensantes que Portugal, para ser moderno, teria de "partir-se em partidos" e viver em permanente clima de guerra civil. Diziam os arautos da evolução que Portugal, para ser moderno, deveria ter o "bem" e o "mal" definidos pela aritmética. Diziam as criaturas muito evoluídas que Portugal, para ser moderno, teria de livrar-se de gentes e terras que eram parte integrante do corpo nacional, entregando-as ao comunismo soviético, ao custo do sangue de milhões de inocentes. Diziam os solícitos luminares que Portugal, para ser moderno, deveria abdicar da sua soberania e diluir-se em algo que dá pelo nome de União Europeia. Diziam incontáveis sumidades que Portugal, para ser moderno, deveria proceder à liquidação da agricultura, das pescas, da indústria. Diziam os de inteligência muito afiada que Portugal, para ser moderno, deveria reger-se segundo os interesses dos outros países. Diziam os de mentalidade muito evoluída que Portugal, para ser moderno, deveria liberar a tortura e a execução dos nascituros, inocentes e indefesos. E assim tem sido feito: com empenho, alegria e a certeza de um serviço bem prestado. Falta muito pouco para a plenitude.
( Pro-Life Anti-Abortion Index, http://www.reu.org/public/abortion/Jesus_abortion3.jpg)Referendos, plebiscitos, eleições, soberania popular, vontade da maioria, sufrágio universal, etc. Há um par de milénios um sufrágio decidiu a tortura e a morte de Deus feito Homem. Em Portugal, este Domingo, querem que 50% + 1 decidam que é certo torturar e matar uma pequena vida humana, inocente e indefesa. "Democracia" é isto, dizem. Que os portugueses não façam Cristo chorar. Que na Terra de Santa Maria não se admita o mais hediondo dos crimes. Domingo 11: NÃO - para que os cegos vejam e os surdos ouçam.
Para quem quiser conhecer a génese da guerrilha marxista na Argentina e como, desde o Estado, gestou-se o seu aniquilamento. Em tempos de révanche vermelha, impregnada com o ódio do derrotado e a hipocrisia dos mentirosos, é bom que se conte a história integral, não a hemiplégica. Nomes, factos, documentos, testemunhos - a verdade incómoda, pois impossível de refutar. Pela pena de Juan Batista "Tata" Yofre - jornalista, escritor, antigo elemento do BID e da OEA, ex-chefe da Secretaría de Inteligencia del Estado, ex-Secretário de Estado, ex-Embaixador em Portugal (1992).
Do insuspeito Ernesto Sábato:
"La inmensa mayoría de los argentinos rogaba por favor que las Fuerzas Armadas tomaran el poder. Todos nosotros deseábamos que se terminara ese vergonzoso gobierno de mafiosos."
Do insuspeito Le Monde:
"... rara vez un golpe de estado ha sorprendido tan poco... la intervención militar era deseada por grandes sectores de la opinión."
Do insuspeito New York Times:
"[Los militares argentinos] merecen respeto por su patriotismo, al tratar de salvar un barco que se hunde. El fin del gobierno civil, normalmente un hecho lamentable, era en este caso una bendición."
"Son idéal se love dans l'émergence d'un Etat chrétien, structuré sous la forme d'un Etat corporatiste placé sous la conduite d'un chef disposant d'une autorité incontestée, un landammann. Il s'entiche alors d'un nouveau modèle. Non que son admiration pour Mussolini ait diminué, mais la référence de l'Etat chrétien, autoritaire et non totalitaire dont il rêve, il la repère désormais au Portugal. Dès 1935, c'est en Salazar qu'il aperçoit celui qui pourra symboliser la régénération européenne".
Kirchner que jamais foi peronista, mas fez carreira e fortuna como tal, pretende agora fazer o julgamento de Perón. Já andam a pedir a prisão preventiva e a extradição da viúva do general, residente em España. A acusação é a formação de um esquadrão da morte clandestino e para-estatal, a Triple A, que entre 73 e 76 andou a executar comunistas e afins. Aposta alto o malcriado presidente soixantehuitard. É mais uma vingançazinha do rapazola que nos anos 70 nunca fez mais do que emporcalhar umas paredes e gritar numas "assembleias" de cabeludos, mas agora quer armar-se em guerrilheiro montonero. Mas o caramelo está cheio de caroço e numa sociedade absolutamente corrompida manda quem paga mais. Dizem que mexer num mito pode ser como mexer num vespeiro. Vamos lá ver... Alguns peronistas da velha guarda com quem tive o ensejo de conversar mostraram-se absolutamente indignados com o atrevimento do sujeitinho. Não há dúvida de que Kirchner cruzou o Rubicão.

A actual "batalha" à volta do aborto dá a justa medida da estrutura mental da vanguarda que defende a sua livre prática. Considerando-se a goela colectiva da sociedade, estão sempre a gritar e a espernear na defesa do povo, dos seus direitos, da sua liberdade, da sua felicidade - da velha "marcha progressista da história". Mas são eles a autoridade exclusiva que fixa os critérios de definição destes direitos, desta liberdade e desta felicidade. São os remanescentes ou os herdeiros - incluindo órfãos e viúvos - de uma família ideológica que demonstrou sobejamente que para construir o seu "mundo novo" havia que forjar um "homem novo" a qualquer custo. E este seria obtido por várias vias, sobretudo a través da eliminação física do "homem velho" - de muitos milhões deles. Na construção deste "mundo novo" e deste "novo homem" a relativização da vida humana chega ao seu ponto cimeiro. Se é obstáculo, elimina-se, esteja onde estiver, seja como for. Para estes arautos dos "amanhãs que cantam", das "liberdades", "igualdades" e "fraternidades", a vida humana está longe de ser um fim em si mesmo - é simples instrumento. Mudam-se os tempos, as modas e os processos, mas a natureza da "besta" continua a mesma.