Thursday, February 01, 2007

Ódio à vida


A actual "batalha" à volta do aborto dá a justa medida da estrutura mental da vanguarda que defende a sua livre prática. Considerando-se a goela colectiva da sociedade, estão sempre a gritar e a espernear na defesa do povo, dos seus direitos, da sua liberdade, da sua felicidade - da velha "marcha progressista da história". Mas são eles a autoridade exclusiva que fixa os critérios de definição destes direitos, desta liberdade e desta felicidade. São os remanescentes ou os herdeiros - incluindo órfãos e viúvos - de uma família ideológica que demonstrou sobejamente que para construir o seu "mundo novo" havia que forjar um "homem novo" a qualquer custo. E este seria obtido por várias vias, sobretudo a través da eliminação física do "homem velho" - de muitos milhões deles. Na construção deste "mundo novo" e deste "novo homem" a relativização da vida humana chega ao seu ponto cimeiro. Se é obstáculo, elimina-se, esteja onde estiver, seja como for. Para estes arautos dos "amanhãs que cantam", das "liberdades", "igualdades" e "fraternidades", a vida humana está longe de ser um fim em si mesmo - é simples instrumento. Mudam-se os tempos, as modas e os processos, mas a natureza da "besta" continua a mesma.

Neste dia 1 de Fevereiro quero aqui registar a minha homenagem a El-Rei D. Carlos I e a SA D. Luís Filipe, assassinados no Terreiro do Paço pelo ódio ao Altar e ao Trono, "escola" dos males que afligiram e continuam a afligir a humanidad.

Sobre os meandros do ignominioso crime não perder os seis posts no Combustões.

2 Comments:

At 01 February, 2007 16:31 , Anonymous Anonymous said...

Ainda está por fazer a verdadeira história do regicídio, despojada de versões aventalícias. A monarquia podia estar condenada, mas estava por não se saber precaver dos "ares dos tempos" e não por causa de qualquer real animosidade popular. Se havia animosidade, era a dos fracos que já sabiam não ser punidos, mesmo quando apelavam descaradamente ao assassínio do rei. Não esqueçam a frase de um certo filósofo alemão (dos autênticos, não dos de refugo) o homem do futuro será aquele de mais longa memória (peço perdão aos puristas, mas cito de cor).

 
At 04 February, 2007 01:23 , Blogger Marcos Pinho de Escobar said...

A "corrosão" da instituição já vinha de longe, graças ao famigerado "liberalismo". Mas ainda incomodava - e muito - as minorias aguerridas. Os inimigos do Altar e do Trono só estariam contentes com um terror jacobino.
Escreva mais, desenvolva o tema, que é fascinante.

 

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