Tuesday, April 29, 2008

Pena e Espada

Ao Duarte Branquinho os parabéns por quatro anos sem papas na língua. E aqui estaremos à espera de muitos mais.

Monday, April 28, 2008

28 de Abril

Aniversário de Salazar. Em hora sombria para a nacionalidade este Homem é, no mínimo, a referência obrigatória a inspirar, enquadrar e orientar todos aqueles em cujos corações ainda vibra o nome de Portugal - e que estejam dispostos a lutar para a restauração nacional que se impõe. Se o dia "25 de Abril" simboliza a traição, a apostasia e a dissolução nacional; os dias "27" e "28" reverberam o patriotismo, a dignidade, a esperança. Como certa vez afirmou: "todos não somos demais para continuar Portugal".

Sunday, April 27, 2008

27 de Abril de 1928. E fez-se a Luz

Há exactos oitenta anos um jovem catedrático de finanças e economia política - "um tal Salazar de Coimbra" - assumia a pasta ministerial das Finanças. Dois anos após o "28 de Maio", os militares ainda não tinham encontrado solução para o lastimável estado das finanças públicas. Nos cafés de Lisboa alguns apostavam quanto tempo o "rapaz" aguentaria no governo...

Na sala do Conselho de Estado, em 27 de Abril de 1928, no acto da posse de Ministro das Finanças, proferiu Salazar as seguintes palavras:

Senhor Presidente do Ministério: - Duas palavras apenas, neste momento que V. Exa., os meus ilustres colegas e tantas pessoas amigas quiseram tornar excepcionalmente solene.

Agradeço a V. Exa. o convite que me fez para sobraçar a pasta das Finanças, firmado no voto unânime do Conselho de Ministros, e as palavras amáveis que me dirigiu. Não tem que agradecer-me ter aceitado o encargo, porque representa para mim tão grande sacrifício que por favor ou amabilidade o não faria a ninguém. Faço-o ao meu País como dever de consciência, friamente, serenamente cumprido.

Não tomaria, apesar de tudo, sobre mim esta pesada tarefa, se não tivesse a certeza de que ao menos poderia ser útil a minha acção, e de que estavam asseguradas as condições dum trabalho eficiente. V. Exa. dá aqui restemunho de que o Conselho de Ministros teve perfeita unanimidade de vistas a esse respeito e assentou numa forma de íntima colaboração com o Ministro das Finanças, sacrificando mesmo nalguns casos outros problemas à resolução do problema financeiro, dominante no actual momento. Esse método de trabalho reduziu-se aos quatro pontos seguintes:

a) Que cada Ministério se comprometa a limitar e a organizar os seus serviços dentro da verba global que lhes seja atribuída pelo Ministério das Finanças;

b) Que as medidas tomadas pelos vários Ministérios, com repercussão directa nas receitas ou despesas do Estado, serão préviamente discutidas e ajustadas com o Ministério das Finanças;

c) Que o Ministério das Finanças pode opor o seu "veto" a todos os aumentos de despesa corrente ou ordinária, e às despesas de fomento para que se não realizem as operações de crédito indispensáveis;

d) Que o Ministério das Finanças se compromete a colaborar com os diferentes Ministérios nas medidas relativas a reduções de despesas ou arrecadação de receitas, para que se possam organizar, tanto quanto possível, segundo critérios uniformes.

Estes princípios rígidos, que vão orientar o trabalho comum, mostram a vontade decidida de regularizar por uma vez a nossa vida financeira e com ela a vida económica nacional.

Debalde porém se esperaria que milagrosamente, por efeito de varinha mágica, mudassem as circunstâncias da vida portuguesa. Pouco mesmo se conseguiria se o País não estivesse disposto a todos os sacrifícios necessários e a acompanhar-me com confiança na minha inteligência e na minha honestidade - confiança absoluta mas serena, calma, sem entusiasmos exagerados nem desânimos depressivos. Eu o elucidarei sobre o caminho que penso trilhar, sobre os motivos e a significação de tudo que não seja claro de si próprio; ele terá sempre ao seu dispor todos os elementos necessários ao juízo da situação.

Sei muito bem o que quero e para onde vou, mas não se me exija que chegue ao fim em poucos meses. No mais, que o País estude, represente, reclame, discuta, mas que obedeça quando se chegar à altura de mandar.

A acção do Ministério das Finanças será nestes primeiros tempos quase exclusivamente administrativa, não devendo prestar larga colaboração ao Diário do Governo. Não se julgue porém que estar calado é o mesmo que estar inactivo.

Agradeço a todas as pessoas que quiseram ter a gentileza de assistir à minha posse a sua amabilidade. Asseguro-lhes que não tiro desse acto vaidade ou glória, mas aprecio a simpatia com que me acompanham e tomo-a como um incentivo mais para a obra que se vai iniciar.

E o "rapaz" ficou... quarenta anos. E Portugal ressurgiu na grandeza da sua dimensão histórica.

Saturday, April 26, 2008

Aprender com quem sabe

Ainda ao dissabor do descalabro, do vil abril das mentiras mil, vão aqui, em exemplar pedagogia (devidamente repassada aos estrangeiros que merecem conhecer a Verdade), algumas pérolas sobre a nossa desdita. Façam o favor de lá espreitarem: Nonas [1), 2), 3), 4), 5), 6), 7), 8), 9)], Gazeta da Restauração [1), 2)], Odisseia e Afinidades Afectivas [1), 2)] - simplesmente implacáveis.

Friday, April 25, 2008

Convidados de honra para a grande festa abrilina. Banquete no Para-lamento, ali mesmo em São Bento.


De pé.

Num dia como hoje, há trinta e quatro anos, roubaram-me a Pátria. Sequestrada, violentada, despedaçada, lá se foi, imolada, uma Nação. Outrora Grande e Heróica, levada à decadência pelo Mal que divide os homens e os atiram uns contra os outros, a minha Pátria foi restaurada à grandeza, ao prestígio. Imperou a Ordem, a Autoridade, o interesse colectivo. Retomou-se a missão histórica. A Lei da morte levou o Sábio, o Guia de génio, que deixa apontado o caminho seguro, único e verdadeiro. Vem o homem comum, como os outros. E vêm os outros. Os valores e as certezas dão lugar aos ensaios e às dúvidas. Cai a guarda e o Mal rejubila-se. E fecha o cerco, amparado nas suas certezas - que não se abalam. E o homem comum, assistido por homens comuns, cruza os braços à espera da tempestade. Franqueadas as portas são os bárbaros que se impõem. Da liberdade para tudo e para todos, excepto para o Mal e para os fazedores do Mal, passa-se ao exacto contrário. Negam-se as gerações passadas, o Capital acumulado, a Tradição. Liquida-se tudo em nome da foice, do martelo, do cifrão. A pessoa humana volta a ser indivíduo, grão de poeira insignificante nas poderosas revoadas da revolução. Que milhões dos seus sejam atirados às valetas do martírio, pouco importa! É o amanhã que canta. Líquido e vermelho, como o ódio. Que depois torna-se negro, como o Mal. Visitam-se as profundezas da natureza humana, as cloacas do carácter miserável da espécie, quando desviada da Luz e caída na escuridão. Mas da minha Pátria algo restou. Por mais incrível - ou milagroso - que isto possa parecer. Desgovernado pelos herdeiros e beneficiários do banquete diabólico que consumiu o Seu melhor, corpo e alma, há um resto de Nação que insiste en viver. Viver e não sobreviver! São sementes de Portugal. É com esses poucos que a minha Pátria há-de ser restaurada. Se a Providência assim o desejar.

Saturday, April 19, 2008

20-4-1868

Charles Maurras
20/4/1868 - 16/11/1952

Há 140 nascia o genial Martegal. Helenista, latinista, poeta, prosador, crítico literário, filósofo, historiador, sociólogo, cientista político, doutrinador, demolidor implacável dos "dogmas" de 1789.

Princípio de unidade

Há quatro anos esta "combinação" vem sendo pacientemente executada. A encenação competitiva, os ataques impiedosos, a guerra aberta, a luta à morte? Mistificação revolucionária, digo eu. Apostamos?

Friday, April 18, 2008

Liberdade de insultar

Pergunto-me se o distinto e corajoso apresentador-comediante referir-se-ia em termos tão delicados, por exemplo, a um rabino-mor (chefe espiritual de quem lhe paga o ordenado várias vezes milionário) ou a un grande ayatollah (quem ofereceria um prémio também milionário por sua cabecinha)...

Tuesday, April 15, 2008

Wiri quê?

Por falar em Wiriamu, em tempos londrinos escrevinhei umas linhas a uma publicação católico-modernista, The Tablet, na qual um embusteiro profissional de nome Adrian Hastings acabava de desferir - uma vez mais - o seu par de coices sobre Portugal. A primeira havia sido em 1973, nas vésperas da visita de Marcello Caetano à capital britânica, com a mediática denúncia de um tal "massacre" de Wiriamu. Escrevi ao pasquim com ganas de panfletário. Era uma época na qual sentia-me na obrigação de responder a todas as imbecilidades que lia, via ou ouvia. Felizmente consegui operar uma mudança no meu carácter, do contrário acabaria pior do que o louco da Mouraria - quem, pelo menos, sabia cantar o fado. À missiva em questão jamais recebi resposta. Se calhar a caixa de correio para os readers´comments estava cheia.

Londres, 11 de Abril de 1999

Ex.mo Sr. John Wilkins
Editor
The Tablet
1 King Street Cloisters
Clifton Walk
Londres W6 0QZ

Ex.mo Sr. Wilkins,

Foi com grande surpresa que li o artigo do Sr. Hastings — “Lutando pela Paz” — na edição de 3-10 de Abril de vossa prestigiosa publicação. Em 1973 o Sr. Hastings caluniou os portugueses com uma absurda fábula de um massacre deliberado em Moçambique. Agora, volvidos 26 anos, ao escrever sobre genocídio nos Balcãs, ele se atreve a repetir a mesma falsa acusação contra os responsáveis pelo esforço contra-terrorista naquela antiga província ultramarina portuguesa.

Entre 1961 e 1974 Portugal foi obrigado a bater-se para proteger as vidas de nossos compatriotas ultramarinos e defender a integridade da Nação, contra a subversão terrorista lançada a partir do exterior — campanha esta que visava expulsar-nos de territórios que eram nossos à luz da História e do Direito, para colocá-los sob o domínio da União Soviética. Os militares portugueses (em Moçambique mais de 50% de etnia negra) souberam proteger as populações contra os ataques dos terroristas, cumprindo o seu dever com honra, coragem e espírito de sacrifício. Em 1974 a guerrilha de obediência soviética actuante em Moçambique encontrava-se à beira do colapso total. Graças ao golpe do “25 de Abril” em Lisboa, aquele território e as suas gentes foram entregues — numa bandeja — a russos e cubanos

O Sr. Hastings sabe muito bem que jamais houve massacres deliberados praticados pelas Forças Armadas Portuguesas em Moçambique. Mas em 1973 achou por bem evidenciar casos de vítimas civis produzidas no decurso de operações militares contra-terroristas — incidentes infelizes mas correntes de guerra. E, apesar de que essas lamentáveis ocorrências tenham sido sempre reportadas e investigadas, não se provando nenhum caso de mal comportamento por parte das tropas, o Sr. Hastings deu o melhor de si para retratá-los como “massacres” deliberados. É, no entanto, curioso, que apenas as vitimas civis acidentalmente mortas pelas Forças Armadas Portuguesas correspondam à definição de “massacre” do Sr. Hastings, enquanto os milhares de homens, mulheres e crianças sistematicamente esquartejados, fuzilados ou queimados à morte por terroristas nem mesmo merecem serem mencionados — simplesmente não existiram!

É fantástico que tudo o que tem ocorrido em Moçambique no último quarto de século não é suficiente para convencer o Sr. Hastings a respeito de quem, em 1973, estava certo e quem estava errado; quem estava do lado da população e quem estava contra ela; quem estava com a dignidade e o progresso e quem estava com o terror e a miséria. Nenhuma hipótese! As centenas de milhar de mortos, as hordas de refugiados, os campos de concentração, a fome programada, a destruição maciça das estruturas económicas e sociais — “brilhantes” realizações daqueles contra quem lutávamos —, nada é suficiente para fazer o Sr. Hastings atinar quem, em fim de contas, estava do lado da verdade e da justiça e quem estava do lado do embuste e do terror.

É inacreditável que após a derrocada da União Soviética e a abertura dos arquivos de Estado, a confirmar ao mundo os horrores praticados pela mais desumana tirania da História humana, a subversão planetária, a maciça campanha de desinformação, o terror, a opressão, os crimes e os mais de cem milhões de vítimas mortais, o Sr. Hastings ainda se atreve a denegrir pessoas honradas que tiveram a coragem de proteger os seus compatriotas da assassina expansão do marxismo.

À época da campanha de calúnias do Sr. Hastings contra as Forças Armadas Portuguesas, o comandante-chefe em Moçambique era o Gen. Kaúlza de Arriaga — um católico devotado, um homem honrado e um brilhante chefe militar. Que o Sr. Hastings e seus leitores saibam que o Gen. Arriaga foi recentemente elogiado pelo Ministro da Defesa de Moçambique, o qual, tendo aprendido as lições da História — ao contrário do Sr. Hastings —, referiu o trabalho do General na capacidade de comandante-chefe como a “concretização do espírito do moçambicano-africano”.

O Sr. Hastings perdeu uma grande oportunidade de ficar calado. Caluniou homens honrados e alinhou com traidores e terroristas que transformaram um território, onde vivia-se e progredia-se em paz e com dignidade, num inferno de violência, morte, fome e destruição. Deve mesmo é proceder a um profundo mea culpa, batendo três vezes ao peito e pedindo perdão a Deus.

Com os melhores cumprimentos

Monday, April 14, 2008

Perón vive... até nos "Simpsons"

Monday, April 07, 2008

Vargas Llosa, Borges e os "piqueteros"

Aprecio Mário Vargas Llosa por seus livros e por seus modos elegantes, dir-se-ia patrícios. Já não o acompanho na explicação das mazelas deste sofrido continente sul-americano. Para o grande homem de letras peruano a razão dos males dos povos que aí habitam encontra-se na falta de liberdade e de democracia. Para mim o problema é precisamente o inverso - é a epidemia de libertite-democratóide que leva as sociedades rumo ao abismo. De qualquer forma, e já que a Argentina tem um lugar especial aqui na "casa", sugiro a leitura de um interessante artigo de Vargas Llosa sobre a cidade de Buenos Aires e o clima propiciado pelos amigos da "soberania do povo" - Borges y los piqueteros -, recentemente publicado no madrilenho El País.