Utopia
Pela primeira e única vez o príncipe do paradoxo escreve com a raiva a queimar-lhe a alma. Aqui Chesterton critica e profetiza. É a pobreza física dos permanentemente pobres, é a pobreza moral e espiritual de uma classe média cada vez mais reduzida, é a responsabilidade dos muito ricos - os novos senhores, "reis que não prestaram juramento nem nos conduziram a nenhuma batalha". O capitalismo pode ser tão ateu, tão desalmado e tão perverso quanto o comunismo: mastiga as pessoas antes de as expelir. Ao dissociar "corpos" e "almas" o sistema esvazia o conteúdo autêntico da vida humana, transformando-a em mera rotina para o incremento da lucratividade do capital. Não é por acaso que este foi o único livro de Chesterton não publicado inicialmente em Inglaterra - ai daqueles que ousam condenar o supremo "casal" capitalismo/comunismo e propor uma alternativa superadora!
3 Comments:
Lerei em breve este livro e devo acrescentar que o seu comentário acerca do capitalismo, da sua ambiguidade com o comunismo e seus efeitos nefastos me impressionou pela clareza e verdade.
E não deixe de ler sobre a alternativa proposta por Chesterton e Hilaire Belloc, o Distributismo.
Abr.
Uma recensão apetitosa.
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