Finis Europae
Um dos hábitos que cultivei durante largos anos foi o de guardar em ficheiros improvisados artigos e notas de imprensa que me pareciam interessantes. Outro hábito foi o de comparar, de tempos em tempos, o que ali se comentava, com que veio a produzir-se anos mais tarde. A falta de espaço, mesmo mitigada pelos recursos da informática, impõe o ritual do spring cleaning, nem sempre coincidente com a estação das flores. Pois foi durante a última arrumação que encontrei o comentário de um leitor a um artigo de Jean d´Ormesson, grande escritor e académico francês, publicado no Figaro em janeiro de 2000, e que versava sobre os possíveis acontecimentos que marcariam significativamente o fim do século XX. Para o ilustre homem de letras estes poderiam ser: a) uma explosão nuclear catastrófica, b) a descoberta de alguma forma de vida fora do planeta terra, c) a clonagem de um ser humano. Segundo o leitor, o autor do sublime Au plaisir de Dieu havia esquecido de mencionar o acontecimento mais provável e mais próximo: o desaparecimento da Europa actual sob o peso da imigração, processo em plena execução e que marca não o fim do século XX, mas o fim de vinte séculos de civilização cristã. Dou-lhe carradas de razão. Volvidas quatro décadas sobre o alerta de Enoch Powell - quando ainda era possível barrar o fenómeno e inverter a tendência -, nada foi feito, ou melhor, tudo foi feito, mas ao contrário. Das fronteiras escancaradas passou-se à ausência de fronteiras, da imigração em massa chegou-se à invasão. Aqui não há obra do acaso, nem dos elementos. É política traçada com régua e compasso. Os senhores da Europa sabem muito bem o que querem e para onde vão, mas não é bom o que querem nem é para o bem que estão a ir.
2 Comments:
http://osevero.blogspot.com/
Nigel Farage em entrevista exclusiva a Portugal
El acabose......
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