Monday, June 16, 2008

Culto de um criminoso

No momento em que agrava-se o enfrentamento entre os espoliados produtores agro-pecuários e o desgoverno de Bonnie & Clyde - presságio de mais uma desgraça nacional -, o país dos argentinos assiste às homenagens aos oitenta anos do nascimento de Ernesto Guevara Lynch de la Serna, o famigerado Che das t-shirts, e que culminam com a inauguração de uma estátua em bronze com quatro metros de altura na cidade de Rosário, em praça que leva o seu nome.

Nomeado por Fidel Castro director do forte-prisão La Cabaña, Guevara comandou não só a tortura como a execução de mais de duas mil pessoas. Libertador de povos, considerava os processos judiciais expedientes inúteis e a apresentação de provas algo de importância secundária. Defensor de camponeses e proletários, castigou com fuzilamento os trabalhadores que se atreveram a cruzar os braços. Instructor de tantos jovens idealistas que esquadrinharam continentes para construir o paraíso terrestre, o humanista que se acaba de homenagear em imponente bronze, soube, de forma modelar, ensinar como viver "sedento de sangue" e em função do ódio - do "ódio como factor de luta, o ódio intransigente ao inimigo, que impulsiona o ser humano para além das limitações naturais e o converte numa efectiva, violenta, selectiva e fria máquina de matar".

Enquanto isso, nessa mesma Argentina virada do avesso, malham com os ossos na cadeia os elementos das Forças Armadas que puseram cobro ao terrorismo e à guerrilha comuno-guevarista.

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