Sunday, August 26, 2007

Freitas Henriques Júnior

Não sei se existe em Portugal alguma referência a José Cristiano de Freitas Henriques Júnior, fotógrafo pioneiro do século XIX. Nascido nos Açores em 1832, vai viver para o Brasil em 1855 e, onze anos mais tarde, transfere-se ao Uruguay. De lá cruza o rio da Prata e estabelece-se definitivamente na capital argentina - um Buenos Aires ainda primitivo, vila portuária às vésperas de metamorfosear-se na Paris da América do Sul. Retratista de nomeada, o talentoso José Christiano estava na vanguarda da técnica e chegou a ser contratado como fotógrafo oficial da poderosíssima Sociedad Rural Argentina, instituição emblemática dos criadores do milagre (e da riqueza) do país, os estancieros dos rebanhos bovinos e trigais infinitos. O fotógrafo açoriano igualmente editou um álbum - considerado obra de referência - de paisagens e costumes argentinos, além de outro volume dedicado aos "tipos populares" urbanos. Fecha os olhos em 1902, aos 70 anos, deixando uma obra fundamental na história da fotografia na Argentina - e um inestimável testemunho da extraordinária transformação do país.




Wednesday, August 15, 2007

Ainda o enigma argentino

Tomo aqui a liberdade de recomendar ao estimado Rafael Castela Santos, homem da Tradição, devotado hispanista e grande amigo da Argentina, a leitura de dois trabalhos sobre este país tão enigmático, complicado e fascinante que é a terra dos argentinos. Tem razão o Rafael quando aponta certos ventos nefastos que sopraram sobre estas plagas desde a pérfida Albion e a França das guillotines. Múltiplas são as causas deste fenómeno grotesco chamado decadência e a soberbia humana com relação ao Criador é, certamente, uma das principais. Franqueada esta porta, as ideologias dissolventes tornam-se imparáveis. Ambos da pena de Vicente Massot, para mim um dos mais brilhantes cientistas políticos da Argentina, os dois livros constituem um must para a compreensão da ascensão, do apogeu e da decadência de um país que chegou a ombrear com as ricas nações da Europa e hoje dissolve-se no subdesenvolvimento material e moral, assim como para penetrar no pensamento de um conjunto de homens que, de uma forma ou de outra, romperam as coordenadas do seu tempo e procuraram moldar o país à sua maneira.

La excepcionalidad argentina

Desde siempre, y más aún desde la crisis del 2001, los argentinos se interrogan sobre los avatares de su azarosa historia. ¿Es éste país excepcional? ¿Cómo se explica que el país pasara de un espectacular impulso de crecimiento, que lo llevó a estrar entre los diez primeros del mundo a principios de siglo, a la pobreza y el default? La excepcionalidad argentina indaga en estas y otras cuestiones. Aunque se extiende desde la fundación del Virreinato del Río de la Plata a nuestros días, se centra en cuatro momentos emblemáticos de esa excepcionalidad. Por lo pronto, la forma en que se gestó la Independencia, revolución de por medio, en absoluta soledad de aliados internacionales. Enseguida, cómo se forjó la unidad nacional cuando el proceso anárquico amenazaba con enterrar la obra independencista. En tercer lugar, de qué manera se consolidó entre la caída de Rosas y el Centenario, un modelo de desarrollo económico cuyos resultados fueron extraordinarios. El ensayo cierra con un polémico análisis de la situación del país en nuestros días. En este nuevo libro, Vicente Massot brinda una interpretación personal, lúcida y fundamentada del pasado y el presente argentinos. Un valioso aporte para comprender la decadencia actual, primer paso hacia su ansiada superación.


Este nuevo libro de Vicente Massot permite ahondar en la historia argentina sin apriorismos, generalizaciones ni autoindulgencia. Se trata tanto de las ideas que iluminaron a los hombres de Mayo como de las de todos los que ayudaron a convertir la aldea en país, no de los regateos, mezquindades, rencillas y rencores que acompañan el desarrollo narrativo de cualquier sucesión cronológica disfrazada de libro por un revisionismo salvaje. Con claridad deslumbrante vemos desfilar ante nuestros ojos el pensamiento mismo de los adalides, y la lectura que lo inspiró, acompañado del análisis y la reflexión certera característicos del autor.

Thursday, August 09, 2007

Ases

Impossível andar por estas paragens sem recordar Saint-Exupéry, Mermoz e Guillaumet, astros maiores da legendária Aeropostal. Com risco da própria vida, a testar novos aparelhos, a abrir novas rotas, a cruzar a cordilheira nevada em perigosos voos nocturnos, um trio de aventureiros de uma época na qual ainda era possível encontrar uma fina combinação de coragem, romantismo e elegância. Uma época de grandeza que não volta mais.

Dupla maravilha

O casalinho Kirchner já preparou - atado y muy bien atado - o seu "pacote" para ficar vários lustros no poder. Estouram aqui e ali escandaleiras de todos os tipos, desde sacos com dinheiro que aparecem nos toilettes de ministros a sobrepreços de USD 600 milhões em projectos de obras públicas, de escandalosas manipulações dos índices oficiais de inflação - já em níveis preocupantes - a ameaças, insultos e perseguições dirigidas a empresários e jornalistas que ousam discordar do senhor presidente. Mas o que interessa é que a economia continue a crescer e que o amigo Chávez prossiga com a sua ajuda energética e as volumosas compras de bonds argentinos. Com a curtíssima memória dos povos, em especial com a dos argentinos, vamos ver o que vai passar quando chegar o momento de pagar as pesadas facturas do populismo da esquerdalhada. Até lá a fortuna da dupla maravilha fará corar de inveja os sobas marxistas das cleptocracias instaladas na África portuguesa.