Dia de eleições na Argentina: renovação do palratório e dos desgovernos de algumas províncias. Corrupção, demagogia e gritaria em doses cavalares; criminosos, idiotas úteis e inúteis, ingénuos em profusão. O traço comum a todos? A procissão de fé inabalável na democracia... e na república. O gentio está contente: tem o que merece e aquilo com o qual se parece. Está explicado.
Enquanto foi apaparicado pelos senhores do Ocidente Saddam Hussein era tratado por presidente; quando deixou de interessar e transformou-se em chatice, passou rapidamente a ditador e, pouco depois, já era fascista - o mais horroroso dos epítetos que o nosso democratérrimo mundinho pode dedicar a alguém e que transforma o infeliz em alvo a abater, por qualquer meio, a qualquer hora, em qualquer lugar. Ao alarde à volta de irregularidades na consulta eleitoral iraniana - ó sacrossanto poder da aritmética como critério da Verdade! - segue o baptismo de Ahmadinejad como ditador... e fascista. Pergunto? Para quando as bombas da liberdade e da democracia? Como dizem os argentinos, agora é que a coisa está en punto caramelo...
Fujo à soberania popular, ao sufrágio universal e à partidocracia como Mafoma ao toucinho. Contudo, e em chave bem maurrasiana, no combate ao regime que há trinta e cinco anos vem demolindo Portugal devem ser utilizados todos os meios – mesmo os legais...