Farsa satânica
O Brasil, como vários outros países da América Latina, é governado por bandidos perigosos, frios, calculistas, organizados, firmemente decididos a sujar-se até à medula, a cometer as mais inconcebíveis baixezas para manter e ampliar ilimitadamente o seu poder. Felizmente, não são tão espertos quanto se imaginam. Retorcendo-se em dores para fingir um sorriso de tranqüilidade superior, só o que conseguem produzir é um sorriso amarelo. Desmentem-se, atrapalham-se, gaguejam e, no fim das contas, dão a cara a tapa. Só não levam o tapa porque neste país não há mais homem que o desfira. Nunca um crime esteve tão patente à vista de todos, nunca tantos desviaram o olhar para não ter de enxergá-lo.
Mas desde que especuladores e manipuladores financeiros domésticos e internacionais estejam como peixe n´água, desde que os bancos e a indústria de mercado cativo ganhem somas incomensuráveis, desde que o desleixo, o vício e a bandalheira imperem absolutos numa sociedade anárquica, o patropi apóstata vai estar na crista da vaga. A grande síntese da passagem dos séculos XX/XXI: no económico, capitalismo selvagem; no cultural, marxismo.
Fartar apostasia
E depois ainda há para aí quem se espante quando o rebanho escapa para outras searas.