Duplo escândalo
Depois de um largo silêncio eis-me de regresso a este espaço convivial. Por onde recomeçar? Talvez com a recordação de Juan María Bordaberry, antigo chefe do Estado uruguaio (1971-1976), injustamente acusado de homicídio e encarcerado em 2006, encontrando-se actualmente em prisão domiciliária a aguardar – quiçás – a pena máxima exigida pela promotoria do sistema maçónico e neo-marxista que domina a antiga Banda Oriental de matriz lusa. A implacável perseguição ao ex¬-governante não surpreende, inserida que está na lógica da Revolução – agora com o seu figurino dernier cri para o século XXI: na economia, capitalismo selvático; no cultural, marxismo destruidor da ordem natural. Católico e tradicionalista, Bordaberry assume a presidência em momento trágico de guerra revolucionária marxista. E dá-lhe o devido combate no terreno, reconhecendo, no entanto, a absoluta necessidade de mudar as bases da sociedade política. Elimina o sistema de partidos e o sufrágio universal, introduz princípios orgânicos, restaura a autoridad e a ordem em chave – digo eu – salazariana: o Estado como “ministro de Deus para o bem comum”. Apodado “ditador”, é ele que vai ser “saneado” pelos militares impregnados de liberalismo e maçonismo. Ontem derrubado por liberais, hoje encarcerado por marxistas: é o preço que deve pagar quem ousa enfrentar os filhos da Revolução. Bordaberry está preso para que terroristas e guerrilheiros possam passear-se em completa liberdade. Há um lustro que tais desclassificados, reunidos no famigerado Frente Amplio, participam no governo. Em poucos dias um deles – guerrilheiro tupamaro e assassino confesso – será aritméticamente eleito Presidente da República Oriental do Uruguai. Inquilinos na própria casa, graças a uma especulação imobiliária que encheu-lhes as algibeiras e transferiu casas e terras a estrangeiros, dependentes de brasileiros que lhes arrebataram as empresas e metem-lhes goela abaixo a produção verd´amarela, a maior parte dos uruguaios parece não ligar muito a pormenores deste teor. Com uma t-shirt da Petrobrás ou da Brahmaxôpi, as obrigatórias e horrendas chinelas havaianas com a bandeira brasileira estampada, o mate e a garrafa térmica nas mãos, continuarão a caminhar alegremente pelos caminhos da decadência.
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