Friday, February 29, 2008

Maurras sempre

Chegado há poucos dias de umas boas semanas de férias - em mundo tão diverso... - impõe-se a nada engraçada tarefa da inevitável readaptação à rotina: as arrumações, os assuntos pendentes, os deveres diários. Uma coisa é certa: muitas horas do fim-de-semana serão destinadas à leitura já iniciada da última biografia de Maurras, de autoria de Stéphane Giocanti (Flammarion, 2006). Neste mundo caótico, onde o que prima é a ditadura do número, o culto do reles, os ataques à natureza da pessoa humana, o combate à tradição, o desmantelamento nacional, etc., é revigorante repassar a vida e a doutrina de um Grande Mestre.

Conta Henri Massis que uma vez, ao visitar Salazar, este lhe perguntara se Maurras julgava ainda ser possível salvar o Ocidente. O autor de Défense de l´Occident respondeu que Maurras era o "homem da Esperança"... "O Ocidente está doente... mas ainda vive".

Digo eu agora que a cura para este "doente" ainda está ao alcance dos homens. Pelo menos daqueles de boa vontade...

Wednesday, February 27, 2008

Mais um dasafio

Não sou dado a correntes ou a falar de intimidades mas como o “desafio” partiu do excelso Amigo Réprobo, não posso, evidentemente, recusar. Aqui vão, portanto, as seis “insignificâncias” acerca de yours truly:

1) Não suporto ouvir certas barbaridades linguísticas made in USA e exportadas ao (ainda chamado) Reino Unido, tais como “there´s two”, ou “I wish I was”, ou quando alguém responde a um “How are you?" com um “I´m good”. Ouço tais disparates na tv ou no cinema e parece que estão a furar-me os tímpanos com um prego.

2) Posso ficar sem comer comida “salgada”, mas não posso ficar sem doces. E isso significa doçaria conventual portuguesa, dulce de leche ou helados argentinos (dos melhores, quiçá os melhores do orbe), ou uma boa dose de chocolates Cadbury.

3) Um bom charuto cubano de quando em vez, depois de uma bela refeição, a acompanhar uma boa leitura ou uma agradável caminhada. O problema com isso é financiar os hermanos Castro...

4) Detesto o ruído de talheres a bater no prato, “arte” na qual muitos portugueses e alemães são mestres. Entra-se num restaurante e fica-se com a impressão de que estão a aperfeiçoar “batuques”.

5) Adoro a montanha coberta de neve encimada por um céu azul profundo. A beleza e a tranquilidade que aí encontro empurram-me um poucochinho mais na direcção do Criador de todas as maravilhas.

6) Abomino as sandálias brasileiras ditas “havaianas”, e que invadiram a Argentina como autêntica praga. Quando penso que no apogeu nacional os argentinos seguiam as modas de Paris e Londres (daquele entonces, já se vê) e exibiam-se elegantérrimos... Mas na decadência o que está a dar é adoptar a tenue tipicamente brasuca: as “havaianas”, o “chórtchi” e a “camiseta”. É trágico. É sintomático.

Com a missão cumprida passo a “batata quente” aos seguintes seis felizardos:

Carácter cloacal

A Argentina vai muito bem e recomenda-se. A Sra. Hebe Bonafini, militante comunista, mais conhecida como a apaparicadíssima leader da organização Madres de la Plaza de Mayo, e outras cinco camaradas ocuparam a Catedral de Buenos Aires como protesto pelo não recebimento de uns dinheiritos que o anterior governo da capital lhes teria prometido. Não percebo muito bem qual seria a relação entre a autarquia porteña e a Catedral Metropolitana... Mas o que importa aqui referir é que as senhoras em questão houveram por bem lidar com as suas necessidades atrás do altar, onde improvisaram uma latrina. Sou daqueles que já não esperam absolutamente nada deste mundo em avançado estado de putrefacção moral, mas gostaria de saber o que se passaria para aí se tal desplante tivesse ocorrido numa sinagoga ou, até mesmo, numa mesquita. É esta a qualidade de gente, cuja ínclita prole, nos idos dos setenta, assassinava a torto e a direito em nome do messianismo socialista.

Monday, February 25, 2008

Je Maintiendrai

Mal regresso abalo à blogosfera e encontro o adeus do insubstituível Je Maintiendrai. Embora creia já estar diante de um facto consumado, deixo aqui registados os meus veementes protestos pela partida de tão ilustre Confrade, aos quais acresento vivos clamores de um pronto retorno. Como o Amigo viu-se na obrigação de "trocar esta terra por outras mais distantes", e na espera ansiosa de que tão nobre Casa reabra os seus portões num futuro muito próximo, tomo a liberdade de sugerir quatro leituras, todas elas centradas na pessoa e nas experiências do último grande gentleman explorer, o britaníssimo Wilfred Thesiger (1910-2003). Uma vida inteira dedicada à exploração de remotas regiões do continente negro - Etiópia, Sudão, e também Iraque, Pérsia, Afeganistão, Curdistão, Paquistão, etc. A sua exploração do Empty Quarter árabe e os seus relatos sobre os beduínos já bastam para conferir-lhe um lugar de privilégio na galeria dos seus pares.