As delícias do capital
Chesterton dizia que muito capitalismo não significa muitos capitalistas - significa, sim, poucos. O processo de concentração do capital materializado na hegemonia das mega-empresas e dos mega-bancos que controlam os mercados, estes, por sua vez, cada vez mais unificados, trazem à mente o Distributismo concebido por Gilbert Keith Chesterton e Hillaire Belloc. A partir da condenação simultânea do capitalismo liberal e do socialismo colectivista, os dois apologistas católicos formularam uma alternativa superadora de ambos, baseada na pequena propriedade familiar, no trabalho do artesão, no regresso ao campo e à natureza. E por falar em capitalismo liberal e socialismo colectivista a História parece que vai confirmando que o capitalismo e o socialo-comunismo são, de facto, irmãos, filhos do mesmo papá e da mesma mamã. A celeuma à volta da luta pelo controlo do maior banco privado português e o papel aí desempenhado pelo maior banco estadual português, com antigos marxistas, banqueiros e parvenues à mistura, ilustra sobejamente como o Estado parido pela abrilada foi transformado em coutada para o gáudio de pulhíticos e respectiva clientela. Ontem era expropriar e "fuzilar" no Campo Pequeno. Logo, logo, consumada a ruína (dilapidação da "pesada herança"), havia que pensar em arranjar umas massas. Toca a viajar para aí com o pires na mão para conseguir umas esmolitas. Do fato macaco passa-se a gestor, depois a empresário... a banqueiro é um salto. Sempre em nome da liberdade e da democracia. Viva, pois, o capital!
A não deixar de ler na Grande Loja do Queijo Limiano:
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