Monday, November 30, 2009

Blá-blá-blá

Confio que a esquerdalhada ibero-americana tenha aproveitado ao máximo a hospitalidade costa-socratina. Terá o analfabeto e boca-suja brasilêru superado a si mesmo? Terá a Kristinita Kirchner combatido o Kapital com uma escapadela ao Hermès e umas novas carteiritas? E o papagaio bolivariano? Nem falar do cocaleiro das camisolas tutti-frutti... Devem estar contentíssimos: para a próxima cimeira lá estará o companheiro uruguaio eleito ontem - ex-guerrilheiro e assassino confesso. Ah!... mas à boa moda republicana a figura agora é "o presidente de todos os uruguaios". Edificante.

E a propósito:


Thursday, November 26, 2009

Refúgio

(pilhado à La Nación 26-11-09)

Wednesday, November 25, 2009

The April's Five


A mistificação do 25 de Novembro

por Marcos Pinho de Escobar


Na outra margem atlântica, afastado, há muito, de Portugal, mas permanentemente próximo às coisas portuguesas de sempre – e a uma ideia de Portugal que lamentavelmente deixou de existir –, confesso que não me apetece acompanhar os faits divers da politiquice partidocrática que tanto mal faz ao que restou do país, ou seguir os modismos idiotas e inúteis que vão surgindo como giesta bravia, ou constatar como uma nação, cujo nome já foi escrito com maiúscula, transformou-se alegremente em um amontoado de consumidores (endividados à enésima geração), em um terreno qualquer para exploração comercial, especulação imobiliária ou aproveitamento turístico.

O tema de fundo da revista deste mês remete-me a um passado não muito longínquo, o qual me é, curiosamente, bastante mais próximo do que o presente: o espaço temporal que vai do chamado PREC ao “25 de novembro”. Quê dizer, então?

Várias pessoas amigas referem-se ao “25 de novembro” como o nascimento da “democracia” em Portugal, como o afastamento da ameaça “totalitária”. Já que a historiografia oficial e a generalidade dos “fazedores de opinião” insistem em assinalar o fatídico “25 de abril” como a data da “libertação”, já constitui algum avanço que se vá reconhecendo que a quartelada primaveril de 1974 inaugurou qualquer outra coisa, mas jamais a tal “democracia”.

O que realmente não percebo é como se pode falar em “democracia” ou outra patetice qualquer quando a Pátria está esfacelada e povos inteiros pagam com sangue o preço da sua fidelidade secular à ela. Já sei que para os sabichões de mentalidade muito moderna e sofisticada, Portugal é apenas aquele rectângulito balnear e golfista encravado ali em Espanha. A verdade, porém, é que durante dois terços de sua existência Portugal foi uma Nação pluricontinental – e a razão de ser deste ente nacional, o seu centro de gravidade, encontrava-se no Ultramar.

Não serve de consolo que – ao abrigo dos “nobres” ideais do “25 de abril” – um sector militar e grupos civis que tiveram responsabilidades directas na destruição do corpo físico e moral da Nação (com todas as letras: refiro-me, por exemplo, ao “descolonizador exemplar”, um tal Mário Soares) apareçam no dia 25 de novembro de 1975 como salvadores da Pátria porque conseguiram afastar os seus antigos companheiros no desastre nacional, tendo-lhes reservado, contudo, um lugarzito de honra na galeria dos “heróis” da revolução abrilina.

Actuaram na destruição de Portugal ou permitiram que tal destruição fosse levada a cabo, com o Ultramar e as suas populações cobardemente entregados ao comunismo soviético, ao custo do sangue de populações inteiras que confiavam na bandeira das quinas. Actuaram no assalto ao Estado ou permitiram que hordas de criminosos atacassem a propiedade, as famílias, as instituições, e arruinassem a economia e as finanças. Actuaram na perseguição e prisão de milhares de pessoas sem culpa formada ou permitiram que tal fosse realizado. Actuaram no questionamento do próprio facto nacional e no comprometimento definitivo da existência independente de Portugal, ou permitiram que tal ocorresse.

E ousam armar-se em salvadores da Pátria...

São todos filhos da revolução cravícula, a maior tragédia que se abateu sobre Portugal e que foi escrita com sangue e lágrimas nas páginas mais negras da História humana. Numa terra muito dada às datas digo apenas que os “11 de março”, “28 de setembro” e “25 de novembro” são simples episódios de uma briga de família, aquela infâme família parida no dia 25 de abril de 1974, dia no qual Portugal virou as costas aos seus filhos, ao seu passado e ao seu futuro.

Tuesday, November 24, 2009

A torto e a direito

Maurício Macri é presidente da câmara municipal de Buenos Aires há um ano. Tido como figura de "direita" para alguns, "conservador" para outros, "reaccionário" - já se vê -para a esquerda localmente defenestrada, despontou como o candidato que salvaria a sofrida cidade do abandono aviltante a que fora votada pelos vermelhos e as ideologias dissolventes. Arregimentou atrás de si muitas pessoas de bem e obteve 62% dos sufágios. Além de promessas "olvidadas" e muito business as usual, à boa maneira do sistema perverso que nos desgoverna, o novel intendente porteño manifesta - agora - o seu inequívoco apoio ao "matrimónio" entre pessoas do mesmo sexo, cuja lei está prestes a ser aprovada. É esta a cartilha de "direita", "conservadora", pela qual este senhor se orienta? Deve ser a direita "modernita", o conservadorismo "tolerante" e "integrado", que apenas preocupados em garantir um lugar à mesa - dos negócios? - fazem sua a agenda definida pela esquerda. Trata-se da direita "mole", da direita que convém à esquerda - da direita que não serve. Isto é simplesmente um grande circo. Só que os palhaços ocupam a assistência.

Escritor para hoje e sempre

Mestre do idioma inglês, wit insuperável, crítico mordaz da modernidade, converso católico e tradicionalista, Waugh anteviu com gravidade profética as "conquistas" civilizacionais do século XX - "o século do homem comum" como lhe chamava: o nivelamento por baixo da linguagem, a vulgaridade do trato e dos costumes, o igualitarismo demagógico, as diversas apostasias do Ocidente - políticas e eclesiásticas -,o fim das identidades nacionais. Nos dias que correm, quando o homem "moderno" parece realizar-se como o contrário da imagem e semelhança de Deus, é fundamental revisitar Evelyn Waugh.

Sunday, November 22, 2009

Duplo escândalo

Depois de um largo silêncio eis-me de regresso a este espaço convivial. Por onde recomeçar? Talvez com a recordação de Juan María Bordaberry, antigo chefe do Estado uruguaio (1971-1976), injustamente acusado de homicídio e encarcerado em 2006, encontrando-se actualmente em prisão domiciliária a aguardar – quiçás – a pena máxima exigida pela promotoria do sistema maçónico e neo-marxista que domina a antiga Banda Oriental de matriz lusa. A implacável perseguição ao ex¬-governante não surpreende, inserida que está na lógica da Revolução – agora com o seu figurino dernier cri para o século XXI: na economia, capitalismo selvático; no cultural, marxismo destruidor da ordem natural. Católico e tradicionalista, Bordaberry assume a presidência em momento trágico de guerra revolucionária marxista. E dá-lhe o devido combate no terreno, reconhecendo, no entanto, a absoluta necessidade de mudar as bases da sociedade política. Elimina o sistema de partidos e o sufrágio universal, introduz princípios orgânicos, restaura a autoridad e a ordem em chave – digo eu – salazariana: o Estado como “ministro de Deus para o bem comum”. Apodado “ditador”, é ele que vai ser “saneado” pelos militares impregnados de liberalismo e maçonismo. Ontem derrubado por liberais, hoje encarcerado por marxistas: é o preço que deve pagar quem ousa enfrentar os filhos da Revolução. Bordaberry está preso para que terroristas e guerrilheiros possam passear-se em completa liberdade. Há um lustro que tais desclassificados, reunidos no famigerado Frente Amplio, participam no governo. Em poucos dias um deles – guerrilheiro tupamaro e assassino confesso – será aritméticamente eleito Presidente da República Oriental do Uruguai. Inquilinos na própria casa, graças a uma especulação imobiliária que encheu-lhes as algibeiras e transferiu casas e terras a estrangeiros, dependentes de brasileiros que lhes arrebataram as empresas e metem-lhes goela abaixo a produção verd´amarela, a maior parte dos uruguaios parece não ligar muito a pormenores deste teor. Com uma t-shirt da Petrobrás ou da Brahmaxôpi, as obrigatórias e horrendas chinelas havaianas com a bandeira brasileira estampada, o mate e a garrafa térmica nas mãos, continuarão a caminhar alegremente pelos caminhos da decadência.