Wednesday, May 28, 2008

28 de Maio de 1926

Um dia em Braga abriu-se o caminho da restauração nacional.

Tuesday, May 27, 2008

Contraste essêncial

A família de um querido amigo já falecido – um dos grandes diplomatas que já passaram pelas Necessidades – teve a bondade de facultar-me o acesso a sua correspondência com Salazar, assim como às cartas trocadas com Marcello Caetano.

Mediando os quarenta, e a chefiar uma embaixada de primera ordem, o meu amigo cogita abandonar a carreira e dar novo rumo à vida. Via Ministro dos Negócios Estrangeiros o assunto chega aos ouvidos de Salazar. De próprio punho este escreve ao diplomata uma primorosa carta de sete páginas exortando-o a reconsiderar. Com lógica implacável Salazar elenca as razões pelas quais Portugal não pode dar-se o luxo de abrir mão da colaboração de um dos seus “melhores valores”. A missiva surtiu o efeito desejado: em menos de dois meses lá estava o diplomata a assumir uma das embaixadas vitais para a política externa portuguesa em tempos de ataque ao Ultramar. É aí, em período de gravidade para a Nação, que vai desenvolver uma acção a muitos títulos brilhante, realizando plenamente os objectivos de política estabelecidos em Lisboa, e elevando o prestígio de Portugal a patamares nunca atingidos – e que nunca mais voltariam a sê-lo.

Passa o tempo. Salazar sofre o acidente vascular cerebral que o incapacita e é substituído por Marcello Caetano. Nas palavras deste, habituados tanto tempo ao governo de um “homem de génio”, os portugueses teriam de acostumar-se ao governo de “um homem como os outros”...

Ao fim de cinco exitosos anos no exercício da missão confiada por Salazar, o meu amigo resolve despedir-se da carreira. Marcello Caetano responde com uma pequena nota, na qual lamenta a decisão tomada, indicando, porém, que não tentará demovê-lo da ideia. E com isso dá-se o assunto por encerrado. Em substituição ao diplomata expoente da sua geração Caetano nomeia pessoa completamente estranha à arte das relações internacionais. Homem inteligente e culto, decerto, mas cuja acção política consistiria – na sua própria expressão – em “conquistar o país com vinho e queijo da serra.” E assim, muito folcloricamente, encetou-se a descida do plano inclinado.

Se ainda tinha alguma ilusão a respeito da actuação de Marcello Caetano ao leme da nave Portugal, a leitura de um par de cartas serviu para pulverizá-la. O eminente catedrático demonstrou não importar-se com a saída voluntária de um dos grandes elementos da nossa diplomacia. Não julgou necessária a nomeação de um substituto equipado com os conhecimentos e a experiência mínimamente adecuados. Dir-se-ia que para Marcello Caetano a missão política, até então executada com mestria, deixava de importar.

De tudo isso fica a imagem de um homem que, perante graves problemas e dificuldades e, sobretudo, frente a um inimigo capaz de tudo, sempre alerta e pronto a ocupar qualquer espaço deixado sem guarda, reduz-se ao imobilismo. Não querendo, não podendo, ou não sabendo reaccionar com decisão, este homem, preso à imobilidade e à dúvida, assiste, impassível, à formação da negra tempestade sobre a linha do horizonte. Espírito derrotista, espera sentado, e com os braços cruzados, o desfecho de algo que pode e deve ser enfrentado com fé, com decisão, com acção. Mas não quer ou não pode ou não sabe agir. Nem mesmo reagir. Considerando-se vencido de antemão fecha-se em si mesmo e incarna o papel mais cómodo de eterna vítima – da voragem da História, dos acontecimentos, dos homens, próximos e longínquos.

O resto é sobejamente conhecido...

Monday, May 26, 2008

A receita do sucesso

Rudy Ulloa, amigaço do casal Kirchner e até há pouco seu motorista, ofereceu 320 milhões de dólares pelo conhecido canal de televisão Telefe. Parece que a Argentina volta a ser a terra da oportunidade...

Tuesday, May 20, 2008

O eterno comunista

Wednesday, May 14, 2008

Dois meses de loucura argentina

Em ritmo charlotesco quiçá a crónica de (outra) débâcle anunciada. É o país dos argentinos a confirmar a teoria dos ciclos.
Valha-nos Deus!

Saturday, May 10, 2008

Certeza matemática

Wednesday, May 07, 2008

Bob Geldorf - "Banana Republic"

Especialmente dedicado aos "Santos" de Luanda e do "Espírito".

Tuesday, May 06, 2008

Verdade nua e crua

Já vi banqueiros portugueses andarem aos abraços e beijos com aqueles que em tempos idos meteram-nos na prisão e expropriaram-lhes escandalosamente os negócios. Na verdade isso não causa espanto de monta. Está na lógica da sua espécie: quando o deus adorado é o cifrão, ter carácter é pecado e prostituir-se é sacramento. Ninguém poderia crer, neste mundo em tão completo desconchavo, que seria um Bob Geldorf a afirmar uma verdade comezinha diante de uma audiência embasbacada: que Angola é governada - ou desgovernada, se se prefere - por criminosos. Cometido o atrevimento, proferida a blasfémia, lá saiu o Banco Espírito "Santo" a entoar as lôas do costume à cleptocracia marxista e assassina que dá as ordens em Luanda. Deixemos os capitalistas com a sua lógica e os seus "sócios estratégicos". Dizem que a verdade acaba sempre por vir ao de cima. Que os Bob Geldorfs deste mundo começem a vê-la talvez seja o anúncio do seu iminente ressurgir.

Monday, May 05, 2008

Mais malas aviadas

O Diário de Notícias informa que o número de emigrantes portugueses sobe 50% na Europa. Antes da abrilada ´74 o fenómeno da emigração era atribuído à "ditadura", ao "fascismo", à "pobreza", ao "isolamento do país", à "guerra colonial". E agora?